No
primeiro ano, por meio do app, foram concretizadas 04 adoções. Outras
11 estão em aproximação ou guarda provisória.
Há 1 ano, era lançado o Aplicativo
Adoção. Mais do que a implantação de uma ferramenta tecnológica, a parceria
entre Poder Judiciário, PUCRS e Ministério Público Estadual, que humaniza a
busca a aproximação de pais e filhos adotivos, representa a possibilidade de
nascimento de uma família. Encontros que, provavelmente, sem a 'forcinha' da
tecnologia, jamais teriam a oportunidade de acontecer.
Com a missão de impulsionar as adoções
de difícil colocação (crianças a partir dos 7 anos, adolescentes, grupos de
irmãos e jovens com deficiência), o app vem conseguindo ajudar a
flexibilizar o perfil descrito pelos pretendentes - o dos bebês e crianças de
até 6 anos - no que se refere à idade, aumentando a média desejada de 8
para 13 anos. Quatro adoções já foram concretizadas e outras 11 estão em
aproximação ou guarda provisória.
Para a Corregedora-Geral da Justiça,
Desembargadora Denise Oliveira Cezar, a ferramenta tem diferentes simbologias:
"A primeira delas é a transparência, a maximização das possibilidades de
encontros entre acolhidos no RS e habilitados de todo o país. A outra, se
refere ao aprimoramento tecnológico das nossas atividades. Com a inclusão de
mídias, de novas formas de comunicação, há a modernização e o compromisso de
uma sociedade mais tecnológica, atendendo a essa vertente inexorável das
comunicações humanas", avalia a magistrada.
A Juíza-Corregedora Nara Cristina Cano
Neumann Saraiva, titular da Coordenadoria da Infância e Juventude do RS
(CIJRS), destaca a humanização do processo: "O Aplicativo é um marco na
adoção tardia porque altera o procedimento da adoção, no sentido de que, até a
sua chegada, o pretendente não tinha a imagem da criança ou do adolescente. Ele
simplesmente declinava o perfil desejado, de regra, recém-nascidos e crianças
pequenas. A partir do momento em que visualiza a imagem e o vídeo, surge nele o
desejo de conhecer e, consequentemente, flexibiliza o perfil."
Há 614 crianças e adolescentes aptos
para adoção no Rio Grande do Sul. Em contrapartida, a fila dos que desejam
adotar tem 5,5 mil pretendentes já habilitados pelo Cadastro Nacional de Adoção
(CNA). A conta não fecha porque 90% buscam crianças de até 6 anos, mas 88%
delas têm entre 11 e 17 anos.
Aplicativo
humanizou processo de adoção
Ao disponibilizar imagens com
depoimentos, fotos, cartas e desenhos, o Aplicativo Adoção deu rosto, movimento
e emoção às crianças e adolescentes disponíveis no CNA, cujas informações,
antes, se limitavam a uma tabela com dados básicos, como iniciais dos nomes,
idade, condições de saúde e se tinham irmãos. As esperanças dos pretendentes
também aumentaram, na medida em que a ferramenta está disponível para todo o
país.
Dados da CIJRS apontam que, nesse último ano, a maior mudança nos perfis desejados se refere à idade: a média pretendida no CNA era de 8 anos e, com a chegada do Aplicativo Adoção, passou para 13 anos.
Até o momento, quatro adolescentes
foram adotados. Das 147 manifestações de interesse ativas, quatro estão em
aproximação com os pretendentes e outros sete em guarda provisória. "Isso
resulta uma possibilidade concreta de 15 adoções no período de 1 ano. Temos 231
incluídos no app, com a possibilidade de incluir um total de 614, o que
vai contribuir para um maior número de resultados. A nossa avaliação é
extremamente positiva. Pelos números do app, mas também pela
flexibilização do perfil desejado pelos pretendentes, afirma a
Juíza-Corregedora Nara Saraiva.
"O problema maior era justamente
a flexibilização da idade. E o app alcançou o seu objetivo maior:
usar a tecnologia para aproximar as pessoas por meio de depoimentos, imagens,
escritos autênticos. Nada ali é forjado. Tudo é real. Apenas o meio é que é
tecnológico", conclui a Desembargadora Denise.
O Aplicativo Adoção foi concebido em
parceria com a PUCRS e o Ministério Público Estadual. O protótipo foi projetado
por professores da Apple Developer Academy e desenvolvido por alunos do curso
de Desenvolvimento de Softwares, da Faculdade de Informática da universidade.
Já a implementação do software ficou a cargo da Direção de Tecnologia da
Informação e Comunicação (DITIC) do TJRS. A ferramenta está disponível para os
sistemas Android e iOS, tendo mais de 5.030 downloads ativos sendo 2.634 iOS e
2.396 Android.
Campanha
impulsionou adoções
O Aplicativo Adoção está inserido na
campanha Deixa o amor te surpreender, que, desde 2016, vem dando
visibilidade à questão. Em 2017, 311 jovens foram adotados no Rio Grande do
Sul. O número aumentou para 425 no ano seguinte e, até o primeiro semestre de
2019, outros 228 também formaram novas famílias.
As iniciativas para que esse número
aumentasse, são várias. Além do próprio app, a CIJRS promove o Dia do
Encontro, uma tarde lúdica que aproxima jovens aptos a adoção e pretendentes
habilitados no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Em 2019, lançou o Adote
um pequeno torcedor, tchê, versão gaúcha do projeto idealizado pelo Judiciário
de Pernambuco, unindo o Sport Clube Internacional e o Grêmio Foot-Ball
Portoalegrense. E, no ano passado, formou parceria com a RBS TV na
campanha Adote um destino.
Na Capital, onde há 213 crianças e
adolescentes para adoção, a Corregedoria-Geral da Justiça instalou mais um
Juizado e destinou mais um magistrado, com o objetivo de agilizar os processos
da Infância e Juventude e priorizar o atendimento na área. Já os adolescentes
ganharam voz, ao participarem do Comitê de Participação de Adolescentes
Acolhidos na Justiça (CPAAJ).
Para mais informações, acesse: http://www.tjrs.jus.br/app-adocao/
Fonte:
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul