O filósofo alemão Bert Hellinger, em
seu livro “Ordens do Amor, p. 170”, assim nos ensina: “A única maneira adequada
de receber algo do destino é tomar como um presente o bem que nos toca sem
merecimentos. Isso significa agradecer. Agradecer é tomar sem soberba. É uma
forma de compensar sem pagamento. Agradecer assim é totalmente diferente de
dizer “obrigado”. Quando dou algo a uma pessoa e ela apenas agradece, é muito
pouco. Mas quando fica radiante e diz: “É um belo presente”, ela agradeceu e
honrou a mim e a dádiva. Em contraposição, dizer “obrigado” é frequentemente
apenas um substitutivo do verdadeiro agradecimento
Herança é o conjunto de bens, direitos
e obrigações, que uma pessoa falecida deixa aos seus sucessores, e entende-se a
herança como um todo, mesmo que sejam vários os herdeiros. Até que se
faça a partilha dos bens, nenhum herdeiro possui posse exclusiva de seus bens,
sendo assim a herança não pode ser dividida, até o momento da partilha que será
de todos os herdeiros. Sendo a partilha dessa forma, que divide os bens
deixados e determina a parte que cabe a cada herdeiro. No caso de existir
testamento ou interessado incapaz, será iniciado o processo de inventário
judicial.Com a publicação da Lei 11.441/2007, o procedimento de inventário e a partilha
foi desburocratizado, permitindo-se a sua realização, por meio de escritura
pública, em Cartório de Notas.
Bert Hellinger, filósofo alemão e
desenvolvedor das Constelações Familiares, afirma que se recebemos algo seja de
uma herança, de uma partilha no divórcio, divisão de uma sociedade, doação ou
até prêmio em loteria, será somente com muita gratidão, respeito e vontade de
fazer crescer o patrimônio que conseguirá ver a prosperidade florescer na
“horta” de cada um.
Pois, se o herdeiro, ou seja, quem for
que for receber algo, estiver ávido somente pelo dinheiro, como forma de
resolução de suas dívidas ou de suas finanças, esse dinheiro não resolverá os
problemas, e muitas vezes, não conseguem o que imaginam ser o correto, ou seja,
a divisão dos bens conforme seu desejo, pois dependem às vezes dos irmãos, ou
do ex-marido, sempre parece existir algum impedimento para que flua
naturalmente, e então, o processo judicial não tramita conforme desejam, ficam
às vezes, anos parados, com protocolo de recursos, e sem solução. E qual a sensação
disto, que você possui algo, mas, por alguma razão, não chega até o
destinatário e então qual será a verdadeira solução?
Trago um entendimento do escritor Alex
Possato para reflexão: “Certa época baseei meu crescimento no dinheiro de uma
herança. Perdemos tudo. Entendi. A única e verdadeira herança que recebemos da
família é a força e gratidão. O resto. Faço por mim mesmo.”
Vocês leitores podem perguntar: Mas
está na lei esse Direito de receber, mas muitas vezes, essa letra fria da lei não
traz consigo todas essas questões enraizadas nas nossas famílias, como estamos
preparados para o “recebimento” e o que faremos com isso, por isso, o Direito
Sistêmico, pode aprofundar os temas jurídicos com uma visão nova e até
filosófica também e com isso, auxiliar as pessoas no entendimento e facilitar
esse recebimento, ou doação, dependendo que lado estiver, e ser uma nova forma
de solução de conflitos jurídicos, mesmo judiciais, pois não significa e nem é
sinônimo de “Sistêmico” ser apenas “Extrajudicial ou Conciliatório”, pode ser
judicial sim, mas de forma mais harmônica, onde cada uma das partes amplia o
olhar para a outra.
Fonte:
São Carlos Agora