Dando seguimento na programação
do Encontro Nacional de Tribunais de Justiça, ocorreu na manhã desta
quinta-feira, 28/9, a palestra "A evolução na fiscalização das serventias
vagas no TJRS". Participaram do painel a Juíza-Corregedora e Coordenadora
da Corregedoria-Geral da Justiça, Cristiane Hoppe, o Juiz de Direito do
Judiciário gaúcho, André Guidi Colossi, o Juiz-Assessor da Presidência TJRS,
Luiz Felipe Desessards e o Assessor da Presidência, Ivandre Medeiros.
A Juíza-Corregedora Cristiane
Hoppe falou do trabalho realizado enquanto esteve à frente Central de Custas
Processuais e Fiscalização Contábil dos Cartórios Extrajudiciais em situação de
Interinidade, a partir de 2017. A magistrada relembrou os desafios que
enfrentou com o volume das demandas que exigiam frequentemente a utilização de
todas as tecnologias disponíveis. Citou também o sucesso ao montar uma equipe
focada em que os fluxos de trabalhos ininterruptos chegaram a resultados
eficientes. "Criamos uma equipe grande de trabalho para atender a demanda.
O resultado foi a organização das rotinas de trabalho e aperfeiçoamento da
arrecadação.
Ao encerrar, a Juíza Cristiane
Hoppe agradeceu a união de todos: “Tenho um agradecimento gigante a fazer aos
servidores, à Cláudia e toda equipe porque foi graças ao trabalho desses grupos
que trabalhavam 12 horas que chegamos a esse resultado. Nesse momento, eu
sempre tenho que agradecer ao presidente Difini, que confiou a nós essa
atividade. E falo ‘a nós’, porque sozinha ninguém faz nada. Os tribunais
precisam acreditar nesses projetos, para que a gente possa dar efetividade,
porque isso é dinheiro público".
O Juiz de Direito André Guidi
Colossi realizou uma análise das prestações de contas desde 2019. Teceu elogios
à colega Cristiane Hoppe e finalizou: “Os próximos terão esse desafio. Cada
real economizado é um real arrecadado naquilo que for de excedentes. Então, são
movimentos que às vezes parecem pequenos, mas que no somatório final resultam
em ótimos resultados”, disse o magistrado.
O Juiz-Assessor da Presidência
TJRS, Luiz Felipe Desessards, elogiou: "É a partir daí que as as coisas
avançam. As matérias vão sendo tratados discutidas. Fico lisonjeado porque
também aprendi com as narrativa dos bastidores da criação da Assessoria".
Remuneração de interinos
A manhã de atividades prosseguiu
com apresentação sobre o Tema 779 do Supremo Tribunal Federal (STF), que trata
da aplicabilidade do teto constitucional à remuneração de substitutos
(interinos) designados para o exercício de função notarial e registral em
serventias extrajudiciais. O palestrante foi o Procurador do Estado do RS, Nei
Fernando Marques Brum, que atuou no processo que discutiu a matéria.
Ele explicou que o entendimento
dos interinos era de que exerciam uma atividade privada, portanto não submetida
ao teto. “O trabalho que se fez foi demonstrar que na realidade, não. O
interino da serventia extrajudicial é similar a um preposto, ele administra em
nome do Tribunal, mas o cartório não tem um titular – então nessa condição
estaria sujeito ao teto constitucional dos servidores públicos”. Esse limite se
aplica à arrecadação líquida, depois de uma conta que calcula a arrecadação da
serventia e o que é gasto com a manutenção do serviço. “O líquido não fica todo
com o interino”, resumiu o integrante da PGE/RS. O valor não pode ultrapassar o
equivalente a 90,25% dos subsídios dos Ministros do STF.
O Juiz de Direito Alexandre
Tregnago Panichi, que teve passagem de quatro anos na Corregedoria-Geral da
Justiça do RS, especialmente com a matéria dos serviços extrajudiciais,
participou da mesa de debates. Ele comentou sobre o Tema 779 sobre o ponto de
vista do interesse público, a partir da alocação de recursos que são retornados
ao erário.
“Tem sido feito investimento nas mais
diversas áreas pelo Tribunal de Justiça, com todo o controle que existe sobre o
dinheiro público, voltando esses recursos para toda a população e não só para
os interinos”. Estabelecido em 2020, o Tema tem repercussão geral, isto é,
serve de norte para demais instâncias do Poder Judiciário. O painel foi
conduzido pelo Juiz-Assessor da Presidência do TJRS, Luiz Felipe Dessessards.
Fonte: TJRS