O debate sobre a desjudicialização e o
fortalecimento do sistema extrajudicial reuniu autoridades e especialistas no
Seminário “A Importância da Desjudicialização para o Sistema de Justiça”,
realizado no Hotel Senac Ilha do Boi, em Vitória. O evento foi promovido pela
Corregedoria Geral de Justiça do Espírito Santo, em parceria com o Sindicato
dos Notários e Registradores do Espírito Santo (Sinoreg-ES).
O evento foi concluído com a publicação do
Provimento 11/2025, da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado do Espírito
Santo, na manhã desta quarta (20/08), que dispões de diversos dos temas
tratados ao longo do seminário em prol da desjudicialização.
Provimento
11-25 CGJES – Desjudicializac¸a~oBaixar
A presidente do Colégio Notarial do Brasil
– Conselho Federal (CNB/CF), Giselle Oliveira de Barros, destacou a relevância
da atuação dos cartórios para a eficiência da Justiça, trazendo dados nacionais
que reforçam o impacto da atividade. “Mais de 1,8 milhão de atos relacionados
aos processos de desjudicialização no Brasil foram registrados nos cartórios,
representando grande economia para o sistema judiciário e para o cidadão”,
disse.
“Cada ato formalizado em cartório
significa menos burocracia e mais eficiência para o usuário. Assim, o Poder
Judiciário pode se debruçar sobre situações que envolvem litígios”, concluiu.
Para o presidente do Sinoreg-ES, Marcio
Romaguera, a atuação dos notários e registradores é fundamental no processo de
desjudicialização. “Os notários e registradores, dotados de fé pública,
oferecem segurança jurídica e métodos eficientes para resolução de conflitos,
complementando a atuação do Judiciário e garantindo mais acesso à Justiça para
a sociedade”, disse.
No debate, uma máxima sempre foi
reforçada: é preciso desafogar o Judiciário, e o extrajudicial é um agente
fundamental para solucionar conflitos de forma consensual. Entre os
participantes estavam o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Reynaldo
Soares da Fonseca, e o corregedor-geral de Justiça do Espírito Santo, Willian
Silva. Ambos reforçaram a necessidade de fortalecer os meios alternativos de
solução de conflitos para enfrentar os mais de 83 milhões de processos em
tramitação no país.
Desafogar o Judiciário e fortalecer o
extrajudicial
O ministro Reynaldo Soares da Fonseca
ressaltou a urgência de adotar meios alternativos para lidar com a elevada
judicialização no país. “São mais de 83 milhões de processos no Brasil e,
portanto, precisamos ir em resgate das soluções pacíficas para as controvérsias,
seja no modelo da mediação, da conciliação, da arbitragem, mas também nos
métodos de desjudicialização da sociedade civil. E os notários, as comunidades
da sociedade civil, as câmaras privadas e públicas, têm muito a contribuir para
o sucesso dessa desjudicialização”, destacou.
Com auditório cheio e presença marcante da
diretoria do Sinoreg-ES, o corregedor-geral de Justiça do Espírito Santo,
Willian Silva, foi categórico ao dizer que o Poder Judiciário sozinho não é
capaz de solucionar o problema posto em debate: o afogamento do sistema. “Temos
que entrar nessa parceria com o extrajudicial para atendermos essa demanda por
justiça”, afirmou.
Fonte: CNB/CF