Neste período, cartórios da cidade realizaram nove casamentos entre homens e outros nove, entre mulheres. Para Anoreg, ferramenta jurídica garante direito e respeito a vontade de envolvidos
Um ano após a autorização da união civil entre pessoas do mesmo sexo pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), o número de casamentos homoafetivos realizados em Londrina ainda é tímido. Nos últimos dez meses, desde que o casamento foi reconhecido nos cartórios brasileiros, foram 18 uniões na cidade. Foram nove casamentos entre mulheres e outros nove, entre homens.
Mesmo assim, o diretor de Registro Civil da Associação dos Notários e Registradores do Paraná (Anoreg – PR) e presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), Ricardo Augusto Leão, afirma que a procura tem aumentado gradativamente em Londrina, assim como ocorre nas demais cidades do estado. “Essa é uma ferramenta jurídica que preserva os direitos dos envolvidos e torna o processo muito menos burocrático”, pontua Leão.
Ele defende que assim como já era garantido a casamentos heterossexuais, a regularização do casamento homoafetivo garante o cumprimento das vontades das partes. Além de facilitar a vida conjugal do casal, o diretor da Anoreg aponta que com a regulamentação, os casais homossexuais também têm direitos comuns e bastante disseminados entre os heterossexuais, como a opção de adotar o sobrenome do parceiro.
As vantagens são vividas na prática por Felipe e Jefferson Trevisan. Jefferson adotou o nome do marido, após o casamento realizado em 27 de janeiro deste ano, em um cartório de Londrina. Felipe conta que eles decidiram se casar depois de enfrentar dificuldades para apresentar comprovantes de residência na abertura de uma conta bancária conjunta. “A gente já morava junto, mas tinha bastante dificuldade em questões cotidianas que precisavam de alguma formalização.”
Diante da vontade dos dois, o vendedor conta que o casal decidiu pela formalização do casamento, que ocorreu menos de um mês após eles darem entrada nos papéis. Depois do casamento civil, acompanhado de perto pelas famílias de Felipe e Jefferson, de 19 anos e 18 anos, respectivamente, Felipe garante que a vida se tornou mais simples. “Quando me perguntam sobre o meu marido, tenho maior orgulho de dizer que sou casado de papel passado. Acho, até, que as pessoas me respeitam mais do que se ele fosse somente meu namorado.”
Felipe diz acreditar que casamento homoafetivo demorou muito para ser autorizado. “É claro que ainda existem muitas coisas que precisam ser superadas, como o preconceito que, infelizmente, é bastante frequente. Mas saber que eu tenho um direito igual à de qualquer outra pessoa me faz sentir um cidadão de verdade.”
Fonte: Jornal de Londrina
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