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IBDFAM: VII Congresso Nacional de Psicanálise, Direito e Literatura debate as múltiplas faces da adoção

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De 19 a 21 de setembro, acontece o VII Congresso Nacional de Psicanálise, Direito e Literatura (CONPDL), na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no campus Pampulha. O tema desta edição é “As múltiplas faces da adoção: leituras de Nunca deixe de acreditar”, tendo como público-alvo estudantes de graduação, pós-graduação e profissionais que atuam nos campos da psicologia, psicanálise, direito, literatura e todos que têm interesse pelo tema da adoção.

O CONPDL propõe o debate sobre a adoção em um sentido amplo, levando em conta as engrenagens da infância no Brasil. Além de trazer reflexões sobre o que está em jogo nos processos adotivos, também será discutido o Cadastro Nacional de adoção, a situação de crianças e adolescentes que não são adotados, as instituições de acolhimento, crianças que acabam na criminalidade, o lugar das políticas públicas etc.

Para Érica Espírito Santo, psicóloga e membro da equipe organizadora do evento, o objetivo do CONPDL é trazer para o debate, dentro da universidade pública, assuntos que sejam imprescindíveis na formação de estudantes, questões de grande relevância social. “A programação foi construída tendo como meta abranger o que chamamos de ‘múltiplas faces da adoção’, ou seja, esperamos debater aspectos diversos da adoção. Serão três dias de mesas-redondas e recebemos mais de 60 trabalhos para as mesas simultâneas”, afirma.

Para suscitar a discussão, o evento usará o livro Nunca deixe de acreditar, autobiografia de Christina Rickardsson, brasileira que foi adotada aos 8 anos por uma família sueca. Moradora de Diamantina (MG) e também das favelas de São Paulo, pelo relato em seu livro podemos revisitar o cenário tenebroso que cercava a infância no Brasil no fim dos anos 1980, início dos 1990, o processo da sua adoção e o seu crescimento em outra cultura.

“A história do livro nos ajuda a pensar nas múltiplas faces da adoção, em seus aspectos mais delicados. Isso absolutamente dentro da realidade brasileira. Nos faz perceber o quanto são necessárias as medidas de proteção à infância, assim como as políticas de proteção às famílias desamparadas, também a estruturação dos espaços como escolas e abrigos, o quanto foram importantes as mudanças nas leis e implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Percebemos o quanto a adoção transformou a realidade da autora, mas também como ela fala de tudo o que lhe aconteceu”, destaca Érica, justificando a escolha do livro para o evento.

A psicóloga comentou sobre o Estatuto da Adoção do IBDFAM, que visa agilizar o sistema de adoção no Brasil. “Estamos acompanhando os passos do Estatuto da Adoção e consideramos importantes todas as iniciativas que visem a melhorar a vida das crianças brasileiras em situação de vulnerabilidade. Esperamos que o Estatuto seja mais uma ferramenta de ajuda nessa delicada engrenagem dos processos de adoção”, finaliza.


Fonte: IBDFAM