O “Manual de Mediação e
Conciliação da Justiça Federal” foi lançado na sexta-feira (31/5) no
encerramento do seminário “Caminhos para o Consenso”, realizado em São Paulo
pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com Tribunal Regional
Federal da 3ª Região.
A publicação, editada pelo
Conselho da Justiça Federal (CJF), apresenta princípios, diretrizes, técnicas e
simulações para subsidiar a formação de mediadores e conciliadores. A formação
e o treinamento desses agentes são tidos como estratégicos para que se avance,
no Sistema de Justiça, os meios alternativos de resolução de conflitos.
O lançamento do manual foi feito
posteriormente à apresentação, no seminário, da pesquisa
“Mediação e Conciliação Avaliadas Empiricamente”, que mostrou o impacto dos
meios consensuais de resolução de conflitos para reduzir a alta litigiosidade
no país.
De acordo com a pesquisa, na
Justiça do Trabalho quase 40% dos processos em fase de conhecimento de primeiro
grau solucionados por acordos entre as partes. Na sequência, figuram a Justiça
Estadual (14,2%) e a Justiça Federal (9,4%).
O lançamento do manual, conjugado
com os dados do estudo, joga luz sobre o emprego da mediação e conciliação, num
estímulo adicional para que se amplie o emprego dessas técnicas, evitando o
excesso de judicialização. Confira aqui a
íntegra da pesquisa.
Ao abordar os desafios para a
capacitação de mediadores e conciliadores, a presidente da Comissão de Acesso à
Justiça e Cidadania do CNJ, conselheira Daldice Santana, relacionou os meios alternativos
de resolução de conflitos ao exercício da cidadania. “Às vezes a gente esquece
o artigo primeiro da Constituição Federal”, disse a conselheira ao se referir à
cidadania como um dos fundamentos da Carta Magna. “A palavra que cabe é
sensibilização, porque, os instrumentos legislativos (para fazer avançar a
mediação/conciliação), nós temos.”
A conciliação e a mediação
integram a Política Permanente do CNJ, consolidada por meio da realização da
Semana Nacional da Conciliação e amparada pela Resolução CNJ nº
125/2010 e pela Lei da Mediação (Lei
13.140/2015).
O lançamento da publicação foi
considerado um marco por magistrados, professores de direito e servidores do
Judiciário presentes no seminário, que viram no manual um estímulo adicional
para disseminar a cultura e a prática da conciliação em diferentes tipos de
conflitos e com distintos agentes (setor público, empresas e pessoas físicas).
“É um marco histórico termos esse
material”, disse o juiz federal Erivaldo Ribeiro. A publicação tem por autores
Bruno Takahashi, Daniela Monteiro Gabbay, Maria Cecília de Araújo Asperti, além
da conselheira Daldice Santana. “A ideia do manual não é apresentar um texto
definitivo. É provocar debates”, comentou Bruno Takahashi.
Presente ao debate sobre a
formação dos conciliadores e mediadores, o professor Carlos Alberto de Salles
lembrou que questões éticas podem surgir a partir da tarefa de mediar e
conciliar e informou aos participantes do seminário que o manual apresenta um
capítulo destinado a princípios e código de ética para orientar a atuação
desses agentes.
Fonte: CNJ