Em
fevereiro, primeiro mês de vigência da norma que incluiu os cartórios no
combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no Brasil, foram reportadas, 37.365
comunicações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf). O número é maior do que qualquer outro segmento do sistema de combate a
crimes financeiros no País, como bancos, cooperativas de crédito e joalherias,
entre outros, segundo a Associação dos Notários e Registradores do Estado de
São Paulo (Anoreg/SP).
Desde
o mês passado, transações de compra e venda de imóveis, procurações, dívidas e
registro de empresas que envolvam suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e
financiamento ao terrorismo passaram a ser analisadas pelos cartórios do País.
A
iniciativa visa combater fraudes nas transmissões imobiliárias e a utilização
das chamadas empresas de fachada, e já é adotada por cartórios em países como
Espanha, Portugal, Itália, França, que atuam sob o mesmo sistema jurídico que
no Brasil.
De
acordo com o regulamento que entrou em vigor em 3 de fevereiro de 2020 —
Provimento nº 88/2019 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) —, devem ser
comunicadas operações sem o devido fundamento legal ou econômico e também
aquelas que envolvam o pagamento ou recebimento de valor em espécie acima de R$
30 mil. Em fevereiro, foram 5.816 casos do tipo.
Também
atividades que indiquem ganho substancial de capital em um curto período de
tempo e ações relativas a bens de luxo ou alto valor, de quantia igual ou
superior a R$ 300 mil, entre outros casos.
O texto inclui ainda, dentre os atos a serem
remetidos ao Coaf, as transmissões do mesmo bem material, realizadas em menos
de seis meses, se a diferença entre os valores declarados for superior a 50%, e
doações de imóveis avaliados em, no mínimo, R$ 100 mil para terceiros sem vínculo
familiar. Todas as informações remetidas são sigilosas.
Fonte:
UOL