O Poder Judiciário agora conta com uma plataforma para
congregar a comunidade de desenvolvedores dos diversos tribunais em todo o
país. É o Repositório Nacional de Projetos e Versionamento de Arquivos
(Git.jus), instituído pela Portaria nº 7/2020 do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo é viabilizar processos
colaborativos de desenvolvimento de softwares e sistemas de interesse comum,
estimular a conexão, o compartilhamento de informações e difusão de programas
cuja eficiência possa ser replicada em outras unidades da justiça.
O Git.jus é
um sistema de código aberto (open source) que permite, em ambiente digital
centralizado, o acompanhamento de projetos e controle de versão de arquivos
para inovação do Judiciário. Ele funciona como um ponto de interconexão para
ampliar a rede de colaboração e garantir transparência e visibilidade aos
projetos.
De acordo com o juiz auxiliar da presidência do CNJ, Adriano
da Silva Araújo, o Git.jus surgiu da necessidade de se garantir o controle da
versão mais atual do programa que se encontra em desenvolvimento. “O conceito
acabou se expandindo porque esse proposito existe em outras situações, até mesmo
na redação de textos que exigem o controle das alterações que são feitas ao
longo do tempo.”
O CNJ possui um Git instalado na sua estrutura que já é
usado pelas áreas de tecnologia da informação (TI). E agora está sendo ampliado
para todas as equipes de TI dos tribunais com a instituição do Git.jus.
“Estamos disponibilizando o repositório nacional para que os tribunais do
Brasil possam armazenar seus códigos fonte e documentos de seus sistemas.
Atualmente, todos os tribunais do país têm acesso ao Git.jus. São algumas
centenas de desenvolvedores cadastrados.”
O juiz auxiliar destaca que a implantação da plataforma
elimina o retrabalho na criação de soluções. “Observamos que os diversos
tribunais do Brasil começam a desenvolver suas próprias soluções sem ter noção
do que está sendo feito nos outros tribunais. Muitas vezes, a solução já
desenvolvida por um atenderia as necessidades do outro”, afirma. “A ferramenta
[Git.jus] permite que um tribunal possa aproveitar-se do que outro produziu e
disponibilizou no repositório nacional.”
Araújo cita o Poti como exemplo de software já
disponibilizado no Git.jus. Ferramenta desenvolvida pelo Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Norte (TJRN), o Poti realiza automaticamente a busca e bloqueio
de valores em contas bancárias em ações de execução fiscal e transfere a
quantia bloqueada para as contas oficiais indicadas no processo. Segundo ele, o
código fonte completo do Poti já está no Git.jus e pode ser acessado por outro
tribunal interessado. “Além de promover a integração entre os órgãos do Poder
judiciário, a iniciativa também aumenta a economicidade ao eliminar gastos
desnecessários.”
Acesso
O acesso ao Git.jus é pelo endereço https://git.cnj.jus.br/git-jus.
Para acessá-lo, a pessoa interessada precisa enviar um e-mail para sistemanacionais@cnj.jus.br,
com o assunto “Criação de usuário para o Git.jus”. Na mensagem, devem ser
informados o nome completo, e-mail institucional, tribunal de origem e CPF do
servidor.
Fonte: Conselho Nacional de Justiça