Cartórios de todo o país fizeram 37,3 mil comunicações de
operações suspeitas de lavagem de dinheiro no primeiro mês de vigência da norma
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que incluiu as serventias extrajudiciais
no combate à corrupção.
As informações foram repassadas à Unidade de Inteligência
Financeira (UIF) do Banco Central, antigo Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf), órgão responsável pelo rastreamento de atividades ilícitas.
Após receber as informações dos cartórios, a UIF elabora
relatórios que são enviados ao Ministério Público caso seja confirmado que a
compra de um imóvel ou a transferência de propriedade, por exemplo, não têm
fundamento econômico ou foi paga em espécie.
As informações financeiras são usadas para investigar casos de
corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e movimentações de
organizações criminosas.
De acordo com a Associação dos Notários e Registradores do Brasil
(Anoreg/BR), os cartórios já lideram o número de notificações suspeitas entre
todos os setores monitorados, como bancos, joalherias e cooperativas de
crédito. Em março, a previsão é de que o número total de notificações suspeitas
passe de 70 mil. Os números ainda não foram divulgados oficialmente.
No mês passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) incluiu os
cartórios no sistema de combate à corrupção e definiu que os tabeliães são
obrigados a informar todas as movimentações suspeitas de pessoas que
comparecerem às serventias. Pelo Provimento nº 88, os cartórios devem monitorar
as condições da movimentação de registro de imóveis, de empresas e identificar
o beneficiário final da operação.
Em dezembro do ano passado, o plenário do Senado aprovou a Medida
Provisória (MP) 893/19, que transferiu o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o Banco Central (BC). A
medida foi tomada após críticas à subordinação administrativa do órgão ao Poder
Executivo.
Fonte: IstoÉ Dinheiro