Quando temos um sistema funcional é preciso seguir todo
um mapeamento, as ferramentas de conformidade com a lei e as que vão além da
lei
Já é sabido que por conta da declaração da Organização
Mundial da Saúde da pandemia do novo coronavírus, a maioria das empresas,
aquelas que não são de serviços essenciais, tiveram que adaptar a forma de
produção e apostar no home office, criando uma fragilização dentro do processo
produtivo. Porém, é necessário se atentar como ficam as questões de segurança
dos dados, já que muitos colaboradores estão trabalhando de casa com internet
própria, podendo surgir movimentos novos que geram falhas na privacidade ou
risco de acessos de terceiros, entre outros fatores.
O compliance de proteção de dados tem como o ponta pé
inicial o mapeamento de processos, pois é necessário que se estude toda a
operação da empresa, em busca de falhas que eventualmente precisam de uma
ferramenta de compliance para serem sanadas. Quando temos um sistema funcional
é preciso seguir todo um mapeamento, as ferramentas de conformidade com a lei e
as que vão além da lei - gerando uma busca de segurança na informação, com base
em outras normas e políticas internas da empresa. Assim, é possível ter um
sistema de proteção de dados funcional.
Abaixo, listo medidas para proteger os dados da
empresa:
1 - Realizar uma análise crítica: é preciso ver todas as operações
que podem representar riscos na empresa e, a partir disso, buscar uma análise
crítica e avaliação do impacto desses processos. Quando as pessoas fazem uso de
acessos, que nunca foram remotos anteriormente, podem liberar sem querer dados
importantes, como contratos, dados da empresa e dos clientes, senhas,
programas, por exemplo. Mantenha seu navegador, antivírus, firewall e sistema
operacional atualizados, cuidado com emails, altere o padrão da sua senha do
roteador para uma mais forte, em caso de dúvidas é importante conversar com o
técnico de TI.
2 - Treinamento de conscientização: cada dia mais ouvimos
dizer que os dados valem ouro, mas por qual motivo? Eles podem dizer
tudo sobre nós: que horas saímos de casa, o que comemos, nosso trajeto, relacionamentos
e até a forma que pagamos nossas contas. Por isso é preciso ter um diálogo
claro com a equipe e uma conscientização a respeito do uso de
dados. Uma das formas de conscientizar os colaboradores sobre o
assunto é por meio de treinamento e instalação de um sistema de proteção de
dados, nele será definido quais plataformas devem ser utilizadas, em quais
programas é permitido entrar com o acesso do e-mail da empresa, e ações de
cibersegurança.
3 - Conte com a ajuda de programas seguros: o primeiro passo
é tomar cuidado para ter certeza que utiliza softwares homologados/registrados,
legítimos e seguros. O mais indicado é que as empresas disponibilizem um
software que permita controle e gestão da soluções e que também ofereça o
programa de videoconferência utilizado pelos colaboradores. Nessa época de
quarentena as videoconferências se tornam cada dia mais frequentes, além disso,
muitos programas que eram acessados pelos computadores da empresa estão rodando
em outras máquinas que nem sempre tem um antivírus ou um preparo para que esses
dados não sejam perdidos.
Para se ter uma ideia de acordo com o relatório de tendências de trabalho remoto
disponibilizado pela Microsoft, o número de acessos da plataforma Microsoft
Teams bateu um novo recorde diário de 2,7 bilhões de minutos de reunião em um
dia, um aumento de 200%. Outras plataformas também tiveram crescimento do seu
número de acessos como é o caso do Skype, Hangouts, entre outras ferramentas de
videoconferência. Mesmo com tantas opções no mercado, o melhor é utilizar uma
ferramenta segura e indicada pela cibersegurança da empresa, podemos ver um
exemplo negativo, no caso do Zoom, bloqueado pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), por ter falhas de segurança e permitir acesso não
autorizado à câmera e microfone. Por isso, é preciso tomar cuidado com a
segurança online também, assim como trancamos as portas do escritório é
necessário também prevenir que invadam nosso espaço online.
Fonte: Migalhas