Nos meses de abril e maio de 2020, mesmo durante a
pandemia, a construção e venda de imóveis obteve números positivos
Segundo uma pesquisa recente, divulgada no dia 02 de julho
de 2020, feita pela BRAIN Inteligência Corporativa, em parceria com a Câmara
Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), mesmo com as incertezas geradas
pela pandemia do COVID-19, o mercado imobiliário ficou mais aquecido.
De acordo com os dados da amostragem, das pessoas que
penavam adquirir um imóvel, 22% efetivaram a compra no mês de junho, seis
pontos percentuais a mais que março e três superiores a abril, com destaque
para as regiões Sul e Centro-Oeste, que obtiveram um crescimento acima de 20%
cada. A região Sudeste se manteve estável: de 26% em março para 25% em junho.
Para o arquiteto Alberto Dávila, do escritório Dávila
Arquitetura, no momento da pandemia podemos observar uma queda acentuada da
bolsa e isso favorece o investimento em imóveis, seja para revenda, após
valorização, seja para aluguel, que, mesmo em níveis historicamente baixos,
ainda suplantam o rendimento básico de aplicações de menor risco no mercado.
“Outro fator que explica a relativa tranquilidade do mercado
imobiliário em comparação com outros, durante a pandemia, é que, confinadas em
suas casas – e isto vale especialmente para a classe média – as pessoas
começaram a perceber melhor a qualidade de suas moradias.
Ou seja, muitas pessoas perceberam que, seja pelo contexto,
seja em função de um olhar mais cuidadoso, mais atento, suas residências não
eram satisfatórias, não tinham as qualidades, as funções necessárias para
enfrentar os próximos anos, o que é motivador para a procura de uma nova
moradia”, relata.
Com a procura por novos imóveis, aquece o setor, como o da
arquitetura, que vem tocando projetos normalmente.
Como o caso do escritório Dávila, que está recebendo várias
novas solicitações, mostrando que o mercado ainda
dá sinais de confiança no futuro e pensando em novos empreendimentos.
“Pode ser que tudo mude daqui a algum tempo, que não sabemos
afirmar quando, mas no momento, o fluxo está quase normal”, explica Alberto
Dávila.
Segundo o engenheiro Luiz Borges, diretor da Construtora
Santa Rosa, as obras seguem a todo vapor mesmo durante a pandemia.
Claro que, com todos os cuidados sanitários necessários,
porém sem alterações significativas nas atividades. Para ele, o mercado segue
aquecido, principalmente, por conta do “desvio” de investimentos.
“A situação econômica brasileira está instável e, quem
costuma ter opções de investimento está se sentindo inseguro para fazer alguns
tipos de riscos financeiros. Porém, imóvel é um investimento certo. Palpável.
E, assim, o mercado imobiliário vem recebendo uma demanda
considerável, estabilizando o setor e, às vezes, até mesmo, obtendo crescimentos
consideráveis”, afirma.
Outro fator que vem ajudando a sequência de trabalho no
mercado imobiliário é a internet.
Pois, mesmo não podendo abrir stands de venda, as empreiteiras, as imobiliárias
ou mesmo os arquitetos e engenheiros podem chegar ao seu cliente por meio da
tecnologia.
Mostras de projetos, giro em 360 graus pelo apartamento,
contatos e contratos estão sendo realizados virtualmente.
“A Dávila sempre investiu em tecnologia e sempre trabalhou
com equipes remotas, desde sua fundação.
Com a popularização da internet e a diversificação de
recursos digitais e na nuvem, este tipo de integração entre colaboradores ou
mesmo da empresa com nossos clientes vai ficando cada vez mais fácil.
O que vemos é que nosso segmento sempre foi bastante
suscetível às novas tecnologias e em um sentido positivo.
Não é novidade e vai continuar acontecendo, provavelmente
para sempre”, pontua Alberto Dávila.
Para Luiz Borges, as pessoas já estavam, constantemente,
conectadas à internet, porém, com a pandemia, começaram a usá-la para diversos
outros segmentos como, primordialmente, o profissional.
“Hoje, podemos apresentar nosso trabalho via internet para
os clientes, com recursos em 3D e uma realidade virtual de alta tecnologia.
Além disso, houve uma desburocratização da papelada, pois,
como não podemos resolver as coisas pessoalmente, resolvemos, com mais rapidez
pela internet.
Sejam contratos com clientes ou até mesmo de compra e venda.
Tudo isso é um facilitador para acelerar o aquecimento do setor e viabilizar o
trabalho”, encerra.
Por Alberto Dávila, do escritório Dávila Arquitetura
Fonte: Jornal Contábil