Os cartórios de todo o país passaram a monitorar
tentativas de violência patrimonial ou financeira contra idosos durante a
pandemia de covid-19
A partir de agora, funcionários dos estabelecimentos estarão
atentos aos procedimentos envolvendo antecipação de herança, venda de imóveis,
movimentação bancária e de benefícios e qualquer outro caso relacionado a bens
e recursos sem autorização do idoso.
O trabalho faz parte da campanha nacional Cartório Protege
Idosos, promovida pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil
(Anoreg/BR). Ao notarem algum indício de coação do idoso durante procedimento
no cartório, os funcionários deverão comunicar a situação à polícia, à
Defensoria Pública ou ao Ministério Público.
A medida foi adotada a partir da Recomendação 46, emitida no
mês passado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após receber informações
do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos sobre o aumento dos
casos de violência nos últimos anos, o CNJ sugeriu a aplicação de medidas
preventivas para a coibir a prática de abusos contra pessoas idosas. Os
cartórios são fiscalizados pelo Judiciário.
Segundo os dados da pasta que foram enviados ao conselho, os
casos de violência patrimonial contra idosos tiveram aumento de 19% em 2019. Em
2020, com o isolamento social, a situação pode ficar mais grave, de acordo com
o CNJ. O número faz parte do balanço mais recente das ligações feitas ao Disque
100, serviço telefônico para recebimento de denúncias de qualquer tipo de
violência.
Pelo Estatuto do Idoso, é crime apropriar-se de ou desviar
bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso. A pena é de 1 a
4 anos de prisão.
Fonte: UOL