Pela primeira vez na história, foi assinado um acordo
internacional na área de comércio exterior de forma totalmente digital. Em
cerimônia virtual, Brasil e Peru assinaram hoje (02/10) o Acordo de
Reconhecimento Mútuo sobre Operador Econômico Autorizado (OEA) firmado entre a
Superintendencia Nacional de Aduanas y de Administración Tributaria (Peru) e a
Receita Federal do Brasil.
O acordo é resultado de 22 meses de trabalho entre as
equipes técnicas dos dois países. As primeiras discussões ocorreram no
“Seminário Internacional: Programas OEA nas Américas”, realizado em 2018.
Carlos Fortner, diretor-presidente do Instituto Nacional de
Tecnologia da Informação (ITI), que participou do evento, destaca a importância
deste acordo de reconhecimento mútuo entre as aduanas - do Brasil e do Peru -
como ação estratégica entre os entes signatários na facilitação das cadeias
logísticas e no comércio bilateral entre os dois países.
Fortner ressalta “mais uma vez o ITI demonstra para a
sociedade o valor da certificação digital, com suas características únicas de
não repúdio e autenticidade, para simplificar e agilizar relações comerciais.”
Luis Enrique Vera Castillo, Superintendente Nacional da
SUNAT (Peru), instituição responsável pela gestão aduaneira no país, destacou
que o acordo irá “facilitar o intercâmbio comercial, garantir padrões
internacionais, redução de custos e aumento de competitividade para os países.
Segundo a SUNAT, em 2019 o intercâmbio comercial entre os países superou US$
3.8 bilhões de dólares.
Ricardo Treviño, Secretário Geral Adjunto da OMA -
Organização Mundial das Alfândegas, com sede em Bruxelas, disse que o acordo
“tem muitos efeitos positivos, além do intercâmbio de informações, harmonização
de processos, eficiência e impacto econômico e social, beneficiando ambos os
países.”
Na opinião de Werner Ovalle Ramírez (OMA), o acordo
“fortalece a relação entre as aduaneiras, amplia a comunicação e a coordenação
e incentiva a competitividade.”
O subsecretário de Administração Aduaneira da Receita
Federal do Brasil Fausto Vieira Coutinho, destacou a integração com a
OMA, e demais parceiros e que considera o acordo “uma ação estratégica,
que favorece o intercâmbio de informações, aperfeiçoamento do modelo
brasileiro, e aumenta a eficácia do controle aduaneiro, além de reduzir
custos”.
Marilu Haydee Llerena Aybar, Superintendencia Nacional
Adjunta de Aduanas (SUNAT) considerou que o acordo amplia as atividades de
comércio entre os países e que os benefícios são mútuos de crescimento e
desenvolvimento na região.
O diretor-presidente afirma ainda que “para o ITI, é um
marco importante a utilização de certificados digitais emitidos pelas
respectivas infraestruturas oficiais de certificação digital na assinatura
deste acordo setorial: no Brasil, pela Infraestrutura de Chaves-Públicas
(ICP-Brasil) e no Peru, pela Infraestructura Oficial de Firma Electrónica
(IOFE)."
Fonte: ITI