O Projeto de Lei 810/20 obriga o Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) a adotar medidas para estimular e facilitar a
titulação de terras em nome de mulheres trabalhadoras rurais familiares, sejam
elas casadas, solteiras ou em união estável. O texto tramita na Câmara dos
Deputados.
Atualmente, segundo a lei que regulamenta a reforma agrária,
a distribuição de imóveis rurais é feita pelo Incra por meio de títulos de
domínio, de concessão de uso ou de concessão de direito real de uso. Esses
títulos podem ser conferidos ao homem, à mulher ou ao homem e à mulher em caso
de casamento ou união estável.
Apesar de a lei já prever a possibilidade de mulheres serem
beneficiadas com títulos da reforma agrária, o deputado José Guimarães (PT-CE),
autor do projeto, afirma que, na maioria dos casos, os beneficiados são homens.
“Para se ter uma ideia, no Estado do Ceará, 80% dos proprietários de terras são
homens”, reforça Guimarães.
Segundo ele, o objetivo do projeto é reduzir as dificuldades
enfrentadas pelas mulheres do campo. “Muitas mulheres chefiam propriedades
rurais e retiram do labor na terra o sustento próprio e de sua família. São
guerreiras que passam por cima dos mais variados obstáculos e demonstram o
valor incomensurável que possuem”, observa o autor.
Fonte: Câmara dos Deputados