A palestra do projeto Diálogos Telemáticos desta
quinta-feira, 5/11, foi sobre Aspectos Controversos da Reforma da Lei de
Recuperação de Empresas e Falência (PL 4458/2020). Pela primeira vez, além da
plataforma Cisco Webex, o evento foi transmitido ao vido pelo canal do Centro
de Estudos no YouTube.
O Desembargador Jorge Luiz Lopes do Canto, Coordenador
Adjunto na área de Direito Privado do Centro de Estudos do TJRS, abriu o evento
e agradeceu a presença dos palestrantes e comentou sobre a votação da Lei,
prevista para ocorrer no Senado nesta quinta-feira, mas que foi adiada para o
dia 17/11. O 3º Vice-Presidente do TJRS, Desembargador Ney Wiedemann Neto,
também participou da abertura do debate e ressaltou a relevância do tema: “
Este evento tem grande importância para comunidade jurídica e os que atuam no
direito empresarial. É um tema que interessa a toda sociedade; a saúde e a vida
das empresas diz respeito a todos nós”.
O Doutor em Direito Comercial, Professor de Direito
Comercial da USP para cursos de graduação e pós-graduação, Advogado e
Parecerista, Francisco Satiro, abriu a palestra recontando o caminho do projeto
de lei original, proposto em 1985. “Era um projeto simples e sofreu alteração em
2016. O governo alterou a lei e nomeou uma comissão da qual fiz parte. Se criou
um anteprojeto de lei que foi levado à discussão e em meados de 2018 os
Ministérios da Fazenda e Economia tomaram a frente e fizeram alterações”. Ele
explicou que já há pouco tempo um deputado federal agregou todos os projetos
que tratavam de falência e em poucos meses houve a aprovação na Câmara dos
Deputados. E que a esperança era que o Senado sistematizasse alguns pontos
polêmicos. “Mas, no começo da semana, houve a informação de que ele seria
votado sem relator. Para nossa surpresa, a sessão foi transferida para dia
17/11. A expectativa é que haja um relator para avaliar as emendas e o projeto
como um todo”.
Na sequência, o Doutor em Direito Comercial pela USP, Advogado
e Professor de Direito Empresarial na PUCRS, André Estevez, fez a sua
apresentação inicial sobre o tema. “Numa visão geral, o projeto tem alguns
aspectos substancialmente indiferentes, como o artigo 83, sobre classificação
dos créditos. Algumas mudanças são reais e positivas como a assembleia virtual,
que havia resistência.
Mas muitas mudanças são críticas e delicadas como fisco, por
exemplo. Há mudanças de regras que concordo, mas outras que distorcem a
realidade. No balanço geral, falências são uma a parte ampla da lei atual e que
houve mudanças sem tantas críticas, mas a parte de recuperação judicial e
extrajudicial é alvo de mais críticas. Talvez, porque foi onde tivemos mais
esforço de política e de grupos de interesse do que um debate mais técnico”,
concluiu o especialista.
Fonte: Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul