O Comitê do Programa
Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário (Proname) do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) debate até o final deste mês a elaboração
dos manuais de gestão de documentos e da memória do Poder Judiciário. Esses
documentos vão orientar a direção dos tribunais sobre como preservar processos
históricos, documentos administrativos e o patrimônio material da história da
Justiça brasileira.
Para o conselheiro do CNJ e presidente da Comissão
Permanente de Gestão Documental e de Memória do Poder Judiciário, Marcos
Vinícius Rodrigues, as publicações vão viabilizar a preservação, valorização e
divulgação da história do Judiciário, contida em suas variadas fontes de
consultas, como documentos, processos, arquivos, bibliotecas, museus,
memoriais, personalidades, objetos e imóveis.
“Os manuais vão oferecer aos gestores dos Tribunais os
instrumentos para planejamento, implementação e execução da política nacional
do Poder Judiciário. Visam a garantir o direito fundamental de informação e
preservação do patrimônio cultural e histórico brasileiro, que é a própria
memória do Poder Judiciário”, afirma o conselheiro do CNJ.
O secretário especial de Programas, Pesquisas e Gestão
Estratégica do CNJ, Marcus Lívio, que também integra o Proname, explica que as
iniciativas regulamentam a Resolução CNJ nº 324/2020,
que instituiu no Poder Judiciário um conjunto de diretrizes e normas de gestão
de memória e de gestão documental. “O objetivo da elaboração dos manuais é
traduzir para o nível gerencial e operacional a Resolução 324. Os manuais visam
a dialogar com a preservação da história e a estratégia de história documental
e da memória do acervo do Poder Judiciário.”
Entre os eixos da iniciativa, está a preservação de
processos que têm valor histórico e são significativos, do ponto de vista da
relevância socioeconômica, por exemplo. Os manuais orientarão sobre o devido
tratamento das informações.
Com procedimentos técnicos, eles terão indicações
necessárias às administrações dos tribunais, cada vez mais pressionadas pelos
custos de manutenção dos acervos físicos de processos. “Uma questão abordada
pela edição dos manuais é a do custo do arquivo da Justiça, da manutenção da
sua documentação. Alguns tribunais gastam milhões de reais com a guarda dos
processos físicos. Os manuais terão uma orientação segura sobre como fazer o
descarte do o que não precisa ser guardado e sobre o que deve ser mantido”,
destaca Marcus Lívio.
O texto sob análise do Comitê Gestor do Proname foi escrito
de forma colaborativa, com o trabalho voluntário de cerca de 50 profissionais
do Poder Judiciário, dos diferentes ramos e com diversas formações acadêmicas,
como história, arquivologia, biblioteconomia, museologia, ciências sociais,
comunicação social, arquitetura, direito, administração, entre outras. Após a
aprovação do Comitê, a redação final dos textos será submetida à Presidência do
CNJ, que oficializará os documentos por meio de portaria.