A transformação digital é um movimento irreversível que atende o
desejo das pessoas de se relacionar, seja com empresas, seja com o Estado, de
forma mais simples e ágil, na palma da mão. Mas é também uma “mina de ouro”
para os mal intencionados, destacou o gerente de TI da Teltex, Thiago Barbosa,
ao participar nesta quarta, 11/11, do debate online sobre cibersegurança e
governo digital, promovido pela Network Eventos e pelo portal Convergência
Digital.
Ele ponderou, no entanto, que a Lei Geral de Proteção de Dados
(13.709/18) vai forçar governo e empresas a uma nova postura em relação à
segurança da informação. “A lei acabou atraindo a questão da cibersegurança.
Porque a publicidade que se dá a um vazamento de dados deixa uma situação muito
feita para empresas ou para o governo. E a LGPD vai obrigar a criação de
mecanismos, de processos internos, mas até equipamentos, hardware, software.
Além disso, com a pandemia de Covid-19, o home office virou uma questão. Às
vezes até mesmo o CEO, alguém que detém dados sensíveis, está trabalhando em
casa com um roteador que não vê uma atualização três ou quatro anos, sem
qualquer tipo de criptografia. Então a LGPD vai criar um novo patamar que todos
terão que seguir.”
O gerente de segurança da informação da Teltex, Raphael Oliveira,
é testemunha pessoal de como a LGPD já está forçando mudanças. A começar pela
obrigação de maior transparência quando da identificação de incidentes que
envolvam dados de clientes ou cidadãos. “A LGPD está sendo um novo marco em
segurança. Recentemente a ENEL divulgou que houve vazamento de informações. Eu
mesmo, que sou da região de Osasco, em São Paulo, estou entre os 300 mil
afetados. E recebi um notificado por email. Pela primeira vez isso aconteceu,
algo que é mais comum em outros países”, afirmou Oliveira.
“A Lei trouxe essa transparência maior das empresas com seus
clientes. As empresas precisam garantir a privacidade dos dados que foram
compartilhados na utilização de algum serviço ou na compra de algum produto.
Cada um vai medir a segurança de uma forma. Muitas empresas e até órgãos
públicos não medem a questão da segurança em si. Mas essa importância vai
chegar à tona quando um incidente acontecer”, completou.
Fonte: Convergência
Digital