Representantes dos setores público e privado, bem como
educacionais, deram início à 11ª edição do Seminário de Proteção à Privacidade
e aos Dados Pessoais, realizada pelo NIC.br, nesta terça-feira, 17/11, ressaltando
a importância do evento nos últimos anos em colocar em pauta a discussão sobre
proteção à privacidade e aos dados pessoais.
“Privacidade não tem a ver só com internet, mas a internet é
componente crítico”, disse Demi Getschko, diretor presidente do NIC.br, ao
comentar que, em agosto deste ano, houve a promulgação da LGPD. Getschko já
havia enfatizado a contribuição do evento para a elaboração da Lei Geral de
Proteção de Dados ao permitir o debate do assunto com atores-chave ao longo de
um processo que se estendeu por vários anos.
Em razão da pandemia da Covid-19, o encontro, organizado
pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pelo Núcleo de Informação e
Coordenação do Ponto BR (NIC.br), ocorre pela primeira vez integralmente
on-line, transmitido pelo canal do NIC.br no YouTube, e com dois dias a mais de
atividades.
Flávio Rech Wagner, presidente da ISOC Brasil, chamou a
atenção para o relevante papel que os dados ocupam na sociedade atual. “No
momento da evolução da tecnologia e da economia digital, os dados se tornaram
bens de maior valor e a discussão da privacidade é essencial para que a
sociedade possa estabelecer os princípios fundamentais e possa seguir e se
defender, consolidando em legislações, padrões, normas e boas práticas”, disse.
Na abertura, Marina Feferbaum, da FGV-SP, apontou que a
pandemia evidenciou que nunca se dependeu tanto da tecnologia e da internet
como neste ano e Luiz Costa, do MPF/SP, ressaltou a importância do Seminário
para discutir temas como o Marco Civil da Internet e a LGPD. Rafael Mafei
Rabelo Queiroz, da USP, assinalou que o Seminário tem contribuído para o
fortalecimento de cultura de privacidade e proteção de dados e disse que
instituições como USP e FGV já tem disciplinas regulares dedicadas a endereçar
problemas de direito em tecnologia.
Por fim, Marcio Nobre Migon, do CGI.br, disse que a LGPD
significa um ponto de transformação e virada, mas traz desafios para os setores
privados e público. “Hoje, a internet é infraestrutura crítica e cabe ao
sistema de governança acompanhar o desempenho e propor soluções”, afirmou. Ele
também disse que ataques cibernéticos pesados requerem esforço dos diversos
atores envolvidos na internet.
Fonte: Convergência Digital