Ao abrir o Ano Judiciário de 2021, o presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, afirmou que a Corte permanecerá
atuando, durante a pandemia da Covid-19, com altivez, harmonia e prosperidade
que o Brasil merece. Ele pediu um minuto de silêncio adurante os trabalhos.
“Não tenho dúvidas de que a ciência, que agora conta com a tão almejada vacina,
vencerá o vírus”, afirmou. Segundo ele, “a racionalidade vencerá o
obscurantismo”.
Fux afirmou que, durante a pandemia, o Poder Judiciário se
reinventou como instituição, reorganizando os modos de trabalhar, de reunir e
deliberar. “Privilegiamos na pauta casos de direta repercussão para o
enfrentamento da pandemia, adaptando a agenda de julgamento da Corte para
pacificarmos conflitos urgentes e garantirmos um mínimo de segurança jurídica e
coordenação social nesse caos insondável”.
Segundo ele, a pandemia demonstrou o quão apequenadas são as
divergências da nação e o quão pontuais são as discordâncias, quando comparadas
com a grandeza da missão, que é a de zelar, para ele, “pela força normativa da
Constituição da República Federativa do Brasil”. E acrescentou: "É tempo
de valorizarmos as vozes ponderadas, confiantes e criativas que laboram
diuturnamente, nas esferas públicas e privadas, para juntos vencermos essa
batalha.”
O presidente do STF lembrou que mais de 200 mil vidas foram
levadas pela pandemia, deixando familiares. Ele ressaltou que atrás dessas
estatísticas há pais, mães, avós, filhos, netos e amigos queridos que se foram.
Afirmou, por fim, que diante dessa realidade, o STF “operou escolhas corretas e
prudentes para a preservação da Constituição e da democracia, impondo a
responsabilidade da tutela da saúde e da sociedade a todos os entes
federativos, em prol da proteção do cidadão brasileiro”.
Pauta
O presidente do STF registrou que, ao selecionar a pauta de
julgamentos, foram resolvidos casos de direta repercussão para o enfrentamento
da pandemia, com objetivo de pacificar conflitos urgentes e garantir a
segurança jurídica. Segundo ele, conquistas históricas do STF em 2020
fortaleceram a vocação da Corte Constitucional, formadora de precedentes
estáveis, íntegros e coerentes.
Fux destacou, ainda, que o acervo do STF decresce
substancialmente desde de 2016, quando havia 57.995 processos. O ministro
informou que, em 2020, o total diminuiu para 27.513 processos em tramitação,
uma tendência que, segundo o presidente, “será perpetuada em 2021”. Fux
afirmou, ainda, que, no ano passado, foi registrado um recorde no julgamento de
recursos extraordinários com repercussão geral reconhecida, com 128 temas com
mérito julgado, grande parte deles com deliberação realizada no Plenário
Virtual.
Pela primeira vez na história, em novembro de 2020, afirmou
ele, foi alcançada a marca simbólica pela qual o número de recursos
extraordinários (RE) e de recursos extraordinários com Agravo (ARE) em trâmite
se tornou menor do que o acervo de ações de competência originária.
100% digital
Fux informou ainda que, em 2021, o cidadão brasileiro terá
um Poder Judiciário completamente reformulado com o programa 100% digital, que
irá assegurar ao cidadão o direito de escolher a tramitação integralmente
virtual do seu processo judicial, já adotado em mais de 900 varas no país. Ele
registrou que o STF também caminha no sentido se tornar a primeira Corte
Constitucional 100% Digital, com perfeito alinhamento entre inteligência humana
e artificial para oferecimento on-line da integralidade dos seus serviços
jurisdicionais.
Na sessão solene de abertura do Ano Judiciário, o ministro
entregou às autoridades presentes à Mesa o relatório
de atividades que integra a mensagem do Judiciário na abertura do Ano
Legislativo.
Leia a íntegra do discurso do presidente do STF, ministro Luiz Fux.