Tribunal
decidiu que, apesar de provas indicarem que os dois tiveram um caso, não ficou
demonstrada intenção de constituir uma família
Os
herdeiros do ator e humorista Jorge Lafond (1952-2003), eternizado na televisão
pela personagem Vera Verão, reverteram na Justiça uma decisão que reconhecia a
união estável entre Lafond e seu empresário, Marcelo Pádua.
O
Tribunal de Justiça de São Paulo reformou uma sentença proferida em novembro de
2021, após a morte do ator e de Pádua. A corte entendeu que, apesar de provas
indicarem que os dois tiveram um caso, a relação afetiva não cumpria os
requisitos do Código Civil que reconhecem a união estável e a intenção de constituir
uma família.
De acordo
com os desembargadores que julgaram o caso, não havia provas de que os dois
residiram no mesmo endereço ou na mesma cidade. A sentença ainda cita uma ação
movida pelo empresário contra o INSS, a fim de receber uma pensão pela morte de
Jorge Lafond, que não teve êxito por falta de provas da união.
Marcelo
Pádua morreu em 2020 durante o curso do processo, em decorrência de um infarto,
e passou a ser representado por sua mãe na ação.
A decisão
do Tribunal de Justiça de São Paulo reconhece os cuidados empreendidos por ele
na internação que antecedeu a morte de Lafond, em 2003, mas diz que o gesto era
esperado, uma vez que os dois tinham um caso e uma relação de artista e
empresário.
"Para
os herdeiros era uma questão de honra reparar essa decisão sobre a união
estável", diz o advogado Adilson Carvalho de Almeida, que representa a
família.
Jorge
Lafond deixou como herança uma casa em Mairiporã, na Grande São Paulo, comprada
por ele da atriz Cassia Kiss, e três seguros de vida que somam cerca de R$ 800
mil.
O valor
dos seguros foi destinado a três primos do ator, seus únicos familiares e
autores da ação contra a união estável. A indenização não foi alvo de
questionamento na Justiça, tendo sido recebida pelos herdeiros antes do
processo contra Marcelo Pádua. Uma prima foi criada por Lafond.
O
presidente da Fundação Padre Anchieta, José Roberto Maluf, compareceu ao
lançamento do livro "CQS/FV Advogados e os 25 Anos de Entretenimento no
Brasil", na noite de quinta-feira (30), em São Paulo. O advogado Fabio
Cesnik, sócio do escritório CQS/FV, recebeu convidados em um coquetel no Museu
da Casa Brasileira. A vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da
OAB-SP, Priscila Beltrame, passou por lá.