O ministro Luis Felipe Salomão tomou posse
como novo corregedor nacional de Justiça no dia 30 de agosto, durante cerimônia
ocorrida na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O ministro Luis Felipe Salomão, novo
corregedor nacional de Justiça, afirmou que pretende centrar esforços para
elevar a eficiência processual do Poder Judiciário brasileiro, tendo como
estratégias principais a promoção de maior agilidade na tramitação dos
processos judiciais e o estímulo à desjudicialização com base na aplicação dos
meios adequados de resolução de conflitos.
“O que se pretende fazer é atuar em prol
de diminuir essa litigiosidade, quase patológica, que temos no Brasil, e
enfrentar um tema que me incomoda muito, e que incomoda o cidadão brasileiro,
que é a morosidade”, declarou o ministro.
O ministro tomou posse como novo
corregedor nacional de Justiça para o biênio 2022-2024, no dia 30 de agosto,
durante cerimônia ocorrida na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em
Brasília (DF).
O novo corregedor substituiu a ministra
Maria Thereza de Assis Moura, empossada no cargo de presidente do STJ em
cerimônia realizada no dia 25 de agosto. Salomão foi nomeado pela presidência
da República para comandar a Corregedoria Nacional de Justiça após ter a sua
indicação aprovada por ampla maioria no Plenário do Senado Federal – antes, ele
foi eleito por unanimidade pelo Pleno do STJ.
Em entrevista, o ministro Luis Felipe
Salomão afirmou que para os próximos dois anos à frente da Corregedoria
Nacional de Justiça vai cumprir o papel de modernizar a atividade. “Não só
fiscalizar, mas otimizar as serventias. Temos um universo para trabalhar com a
atividade extrajudicial ligada à desjudicialização”.
“Eu conversava com o corregedor-geral da
Justiça na Bahia, desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano, sobre as
possibilidades relacionadas à regularização fundiária. Ele faz um trabalho
interessante nessa temática, que vamos tentar ampliar no âmbito da Corregedoria
Nacional”, declarou o corregedor.
Salomão afirmou que está tomando nota de
todas as contribuições que têm sido encaminhadas, fazendo “uma verdadeira
colheita de sugestões junto a todos os atores que operam no Judiciário, com os
demais corregedores, com o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil,
com associações como a AMB e a Associação dos Juízes Federais do Brasil
(Ajufe), com representantes do Ministério Público e da Defensoria Pública”,
declarou. “Procuramos ouvir a todos para apresentar um plano de trabalho que
contemple as preocupações desses atores, concluiu”.
Segundo ele, “a atuação da Corregedoria
prevista na Constituição é muito ampla. Ela atua em conjunto com a Presidência
do CNJ no sentido de melhorar a qualidade da jurisdição, elaborar políticas
públicas para que o Poder Judiciário funcione adequadamente, para que tenhamos
agilidade nas respostas à ansiedade de quem traz um problema para ser resolvido
pela Justiça. Essa é a principal missão”, afirmou.
O corregedor acredita que é possível
“desenvolver atuação em diversas áreas. No campo extrajudicial temos a
regularização fundiária, a questão da desjudicialização, da certificação dos
atos notariais, temos muitas atividades para desenvolver”.
Na questão disciplinar, Salomão afirmou
que irá acompanhar adequadamente as ferramentas de produtividade. “Vamos
verificar os deslizes cometidos e apurar adequadamente, com o direito de
defesa, mas atuando fortemente para evitar que ocorra”.
“Temos também a parte orçamentária, na
qual vamos contribuir para que seja efetivo, ponderado e equilibrado o
orçamento do Poder Judiciário. Temos muitas atividades para desenvolver. Espero
que possamos elaborar políticas públicas que façam com que o Poder Judiciário
atue cada vez melhor”, declarou.
Saiba quem é Luis Felipe Salomão, novo
corregedor nacional de Justiça
Natural de Salvador, Luis Felipe Salomão é
ministro do STJ desde 2008, com expressiva participação como relator de
diversos precedentes relevantes para a consolidação da jurisprudência do
Tribunal da Cidadania – especialmente nos julgamentos relacionados ao direito
privado.
Atualmente, preside a Quarta Turma do STJ
e é membro da Corte Especial e da Segunda Seção do tribunal. Antes de ingressar
na magistratura, Luis Felipe Salomão atuou como promotor de Justiça em São
Paulo. Posteriormente foi juiz substituto, depois juiz titular da 2ª Vara
Empresarial do Rio de Janeiro e, na sequência, desembargador do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
Além de ministro do STJ, Salomão foi
ministro encarregado da propaganda eleitoral nas eleições presidenciais de 2018
e corregedor-geral do TSE no último pleito municipal, em 2020. Outro importante
papel desempenhado pelo novo corregedor nacional de Justiça foi na Presidência
da comissão de juristas formada pelo Senado para a elaboração dos anteprojetos
de lei sobre ampliação da arbitragem e criação da mediação no Brasil (Leis
13.129/2015 e 13.140/2015).
No momento, compõe a comissão de juristas
instituída pela Câmara dos Deputados para elaborar anteprojeto de legislação
que sistematiza as normas do processo constitucional brasileiro.