O painel “LGPD na atividade
notarial: aspectos controvertidos na expedição de traslados e certidões”, do 75º
Congresso Anual de Notários do Rio Grande do Sul, foi moderado pela Dra. Ana
Paula Frontini, tabeliã do 22º Tabelionato de Notas de São Paulo, teve como palestrante
a Dra. Laura Porto, advogada e membro da Comissão de Proteção de Dados do CNJ,
e como debatedor o Dr. Hercules Alexandre da Costa Benício, presidente do
CNB/DF.
A Dra. Laura Porto foi convidada
a fazer uma explanação sobre a Comissão de Proteção de Dados criada pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Temos hoje disrupções que se instauram
porque a sociedade traz em uma velocidade que a legislação não consegue
acompanhar”, afirmou a palestrante.
“Nós não temos cultura de
proteção de dados. Nós aprendemos a ter cuidados no passado que hoje são muito
diferentes. Hoje as recomendações dos pais são com relação ao envio de dados,
de imagens, de compartilhamento de informações pessoais na internet. Temos uma
atualização social que impacta todos nós, nas nossas atividades, inclusive
dentro dos tabelionatos. Precisamos ter atualização de conceitos’”, ressaltou a
advogada.
De acordo com a Dra. Laura Porto,
será preciso enfrentar uma série de discussões que não antes não se tinha, e
que esta é uma questão cultural que precisa ser alterada na sociedade. Ela
ainda lembra que “nós tivemos uma lei que já tem cinco anos em vigor e hoje
ainda estamos discutindo questões pequenas, que já deveriam ter sido
assimiladas e colocadas em prática”.
No entendimento da Dra. Laura
Porto, com o tempo a questão da proteção de dados será padronizada e teremos
uma forma que vai se ajustar naturalmente à necessidade da sociedade.
Na ocasião, a Dra. Paula Frontini
fez um relato do histórico da questão da LGPD nos últimos anos, e citou que
ainda se tem o desafio do procedimento interno para permitir a publicidade
necessária ao ato, sem ferir o diretamente a privacidade das pessoas
envolvidas. “Há o entendimento de que a pessoa que procura um tabelionato de
notas já está sujeita à publicidade pela natureza dos atos realizados neste
tipo de serviço, e esta é uma questão que precisa ser levada em consideração na
discussão sobre as adequações que a lei exige”.
O Dr. Hercules Alexandre da Costa Benício, presidente do CNB/DF, fez um relato de questões do dia a dia dos notários diante da nova legislação e os entraves para tornar os cuidados com o tratamento de dados sensíveis. Deve existir uma diferença entre publicidade notarial e registral”, acredita o Dr. Hercules, que completa, “e precisando de uma padronização, vou procurar o Código de Normas, do CNJ”.
Fonte: Assessoria de Comunicação – CNB/RS