Uma mensagem após a aprovação
da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da reforma da
Previdência na Câmara no início de julho "denuncia": haverá
corte de pensão por morte para dependentes com necessidades especiais.
"Pessoas com necessidades
especiais, como portadores de autismo, esquizofrenia, Síndrome de Down e outros
transtornos, em grau moderado e médio, não vão mais receber pensão se os pais
morrerem!!! Este é um projeto para eliminar aos poucos os que já são excluídos,
daí teremos os exterminados", diz a corrente, que viralizou entre
aplicativos de mensagens.
Segundo o texto, "o corte da
pensão está embutido no texto da reforma da Previdência com a redação do art.
28, parágrafo 3º".
FALSO: Reforma não cortará auxílio para dependentes com necessidades
especiais
A corrente passa uma informação
falsa sobre a reforma aprovada. Apesar de um recalculo do benefício já ter
passado pelo projeto do governo (e depois ter sido retirado), pessoas com
necessidades especiais vão manter suas pensões integralmente.
Segundo Adriane Bramante,
presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), o texto
aprovado traz os mesmos pré-requisitos da Lei 8.213/1991, que trata das pensões
por morte. Ela garante pensão a dependentes inválidos, com deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave.
"A PEC não muda nada.
Enquanto durar a deficiência (em muitos casos, para sempre), o beneficiado terá
direito à pensão. Não há limite de idade", explica Bramante. "Não há
por que ter essa preocupação, vai se manter."
Uma mudança - mas não o fim - já foi debatida
O que pode ter causado a confusão
é que, no projeto inicial enviado ao Congresso pelo governo Jair Bolsonaro (PSL),
as pessoas com deficiência entravam no novo cálculo de pensão por morte,
em que a pessoa terá direito a 50% do benefício, mais 10% por dependente
adicional, até o limite de 100%.
No entanto, após pressão popular
e política e, segundo o próprio presidente, um pedido direto da
primeira-dama, Michelle, a manutenção da pensão integral para pessoas com
deficiência foi garantida.
Fonte: UOL