A Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira, 6 de
agosto, audiência pública para debater a certificação digital. O
diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI,
Marcelo Buz, participou da mesa e esclareceu vários pontos a respeito do papel
da ICP-Brasil no setor de certificação digital.
O deputado Edio Lopes (PR-RR), autor
de um dos requerimentos para realização da audiência, informou que o Projeto de
Lei 7316/02, que disciplina o uso de assinaturas eletrônicas e a prestação dos
serviços de certificação, do qual é relator, busca trazer nova regulação ao
tema.
Para o deputado, a audiência foi
imprescindível para a formatação do relatório final, “mesmo porque o projeto
originário trata de 2002, em se falando de tecnologia da informação esse é um
espaço de tempo inaceitável. A tecnologia viaja a velocidade do som. E
precisamos dessa audiência para debater e atualizarmos a questão”.
Em relação à agenda legislativa, reafirmou
a importância do tema, a inserção na pauta de votações e destacou o projeto
como imprescindível para o Brasil. “Nós aperfeiçoarmos a questão da
certificação digital é colocar o Brasil na vanguarda das nações que dominam
essa tecnologia. Esta é uma pauta que diz respeito à nação, à sociedade
brasileira. Essa tecnologia permitirá reduzirmos quase a zero a sonegação
fiscal”, declarou Lopes.
Buz, por sua vez, afirmou que o
projeto “é de suma importância para que a gente possa ter um arcabouço jurídico
de modernização do Estado através da digitalização da nossa nação com plena
segurança e validade jurídica. Quando nós falamos da digitalização, não
podemos fugir da questão da integridade, da autenticidade, da autoria e do não
repúdio dos atos realizados no mundo digital.”
Sobre o aperfeiçoamento do texto, o
diretor do ITI argumentou que é necessário ajustes “pois estamos falando de um
texto que foi protocolado em 2001 baseado em uma lei europeia de 1993, que já
estava um pouco defasada. Hoje, em 2019, ela já está muito defasada.
Precisamos, ao tocante de olhar o Projeto de Lei 7316, ver com outros olhos, a
realidade do mundo de 2019 e do futuro. Porque muitas das tecnologias já podem
ser previsíveis e o que pode acontecer nos próximos anos também. Se vamos mexer
na lei, vamos atualizá-la, temos que pensar no futuro.”
O gerente do Departamento do Serviço
de Cerificação Digital do Serviço Federal de Processamento de Dados – Serpro,
Pedro Moacir Rigo Motta, reafirmou “a necessidade de fazer uma revisão desse texto
por conta do tempo, o que já se encontra em estudo. São 17 anos e houve grande
evolução tecnológica desse serviço. O avanço da certificação digital para o
cidadão significa uma simplificação na comunicação com o governo e com empresas
privadas que utilizam o certificado digital, é uma certeza de segurança e
rapidez em processos”. O Serpro é credenciado como Autoridade Cerificadora e
tem trabalhado na implementação de novas soluções com certificados digitais
desde o início.
Para Juliano Neves, coordenador-geral
de Tecnologia e Segurança da Informação da Receita Federal do Brasil, que
também compôs a mesa, “a certificação digital consegue unir um aparato
tecnológico robusto com amparo legal, com a garantia do não repúdio e a certeza
de quem é o usuário do outro lado, com base nisso a Receita Federal possibilita
inúmeros serviços ao cidadão com a confiança de que ele é ele mesmo”. Ele
ressaltou que “internamente, na Receita, todos os nossos procedimentos
informatizados são baseados em certificação digital, com 100 % de garantia de
qual servidor acessou qual dado.”
Ainda participaram da audiência, como
convidados, Fernanda de Almeida Abud Castro, superintendente da Associação dos
Notários e Registradores do Brasil – ANOREG, José Henrique Portugal, gerente Comercial
da Certsign, Márcio Nunes da Silva, vice-presidente da Associação Nacional de
Certificação Digital – ANCD, Paulo Roberto Gaiger Ferreira, Diretor do Colégio
Notarial do Brasil.
E os parlamentares Angela Amin
(PP-SC), como suplente da CCJC, e Sérgio Toledo (PL-AL), titular da Comissão.
A audiência pública da comissão da
CCJC está disponível em vídeo aqui.
Fonte:
ITI