Quando tomou posse no cargo de corregedor nacional de
Justiça, em 28 de agosto de 2018, o ministro Humberto Martins traçou algumas
estratégias para a sua gestão, frisando que a função da Corregedoria Nacional
de Justiça continuaria sendo marcada pela difusão de um valor muito caro aos
seus antecessores e a ele mesmo: o compromisso com a transparência e a
necessidade de fazer com que os magistrados estejam mais próximos da sociedade
para que o cidadão possa conhecer o seu juiz.
Hoje, os números refletem o esforço realizado pelo corregedor nacional na busca por um Poder Judiciário mais célere: em um ano, a corregedoria nacional recebeu, entre atribuídos e distribuídos, 13.267 processos. Desse total, foram baixados 9.628 processos, restando um acervo atual de 3.639 processos, com cerca de 1000 processos conclusos para decisão.
Em Plenário, 197 decisões foram proferidas sob a relatoria do ministro e, soma-se ainda a esses números, a visita a 14 tribunais para a realização de inspeções, a expedição de 13 Recomendações, 40 Portarias, 2 Orientações e 11 Provimentos.
“Estamos em busca de um Poder Judiciário melhor e eficiente. Estabelecemos metas e procedimentos e publicamos provimentos para regulamentar áreas de atuação. Determinei que se estude quais as causas dos gargalos nas unidades judiciárias sobrecarregadas para encontrar soluções que permitam ao Judiciário exercer a sua função primordial, de resolver de forma rápida, eficiente e justa as demandas que lhe são impostas”, disse o corregedor nacional.
Inspeções
Faz parte das atribuições da Corregedoria Nacional de
Justiça, a realização de inspeções ordinárias em unidades judiciárias e
administrativas dos tribunais estaduais e federais.
Para Humberto Martins, o trabalho de inspeção possibilita
uma radiografia das atividades do Judiciário. “O procedimento é ordinário e de
rotina, uma vez que a busca pela melhoria na prestação dos serviços oferecidos
ao cidadão é uma meta que continuamente deve ser perseguida por todos os
gestores do Poder Judiciário brasileiro”, assinala.
Os resultados dessas visitas e reuniões compõem relatórios
que apresentam as deficiências e boas práticas encontradas, além de
recomendações e determinações às unidades dos tribunais inspecionados.
Prazo regimental
Durante as inspeções, o ministro Humberto Martins também
sempre reserva um período para o atendimento aberto ao público, realizado por
ordem de chegada e na sede do tribunal inspecionado.
“Ouvimos as pessoas em audiência pública para saber de suas
dificuldades e o que acham do trabalho do Judiciário. O que se busca é fazer
com que a prestação jurisdicional corresponda àquilo que efetivamente a
população quer e espera da Justiça brasileira”, ressalta Martins.
Além do atendimento presencial, o corregedor nacional
colocou à disposição dos cidadãos o Disque Cidadania para o recebimento de
reclamações, esclarecimento de dúvidas, denúncias ou mesmo sugestões. O
lançamento foi feito em dezembro de 2018.
Cada ligação tem um registro e, a partir dele, a
corregedoria nacional se compromete a retornar, fornecendo a orientação
necessária ao cidadão. Nesse primeiro ano, o Disque Cidadania já recebeu mais
de 200 manifestações. A maioria das demandas (37,6%) diz respeito à demora
processual; 23% são referentes a denúncias e 16,1%, ao extrajudicial. O
restante diz respeito a falhas no serviço judicial (7.8%) e outros assuntos
(13.2%).
“Com a participação do cidadão, podemos prestar uma melhor
qualidade de serviço e atendimento à sociedade. Magistratura forte, cidadania
respeitada”, afirmou o corregedor nacional.
Recomendações
Por meio da edição de Recomendações, a Corregedoria Nacional
de Justiça busca adotar medidas de organização e padronização do trabalho nas
unidades judiciais e extrajudiciais.
Em um ano de trabalho, Humberto Martins publicou 13 das 41
Recomendações feitas pela Corregedoria Nacional de Justiça. A primeira delas
foi a de n. 29 e recomenda a todos os magistrados brasileiros, exceto aos
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que se abstenham de exercer
funções, ainda que de caráter honorífico e sem remuneração, em quaisquer órgãos
ligados às federações, confederações ou outras entidades desportivas, inclusive
a Conmebol, sob pena de violação dos deveres funcionais.
A última editada até o momento (Recomendação n. 41) diz
respeito à dispensa dos Cartórios de Registro de Imóveis da anuência dos
confrontantes nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento de
imóveis rurais, bastando a declaração do requerente de que respeitou os limites
e as confrontações.
Precatórios
A Corregedoria Nacional de Justiça também é responsável por
coordenar e monitorar a gestão de precatórios pelos tribunais de justiça,
regionais federais e regionais do trabalho, além de orientar a
operacionalização dos pagamentos realizados. Precatórios são as
requisições de pagamento expedidas pelo Judiciário para cobrar de municípios,
Estados e da União, assim como de suas autarquias e fundações, o pagamento dos
valores devidos decorrentes de condenação judicial definitiva. Atualmente o
valor devido pelos entes públicos, inscrito em precatório, é de aproximadamente
R$ 140 bilhões de reais.
A corregedoria nacional processa e decide os pedidos de
providências apresentados pelos credores e pelos próprios devedores que
contestam a forma de administração da dívida de precatórios pelos tribunais ou
mesmo o montante exigido dos devedores para pagamento aos credores.
Corregedor substituto
O ministro Humberto Martins, ao tomar posse no cargo de
corregedor nacional, editou a Portaria 68, de 31 de agosto de 2018, na qual
indicou o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e conselheiro do CNJ
Aloysio Corrêa da Veiga para exercer, como substituto, as atribuições de
corregedor nacional de Justiça nos casos de eventual ausência, impedimentos
legais e férias.
Nesse primeiro ano, o corregedor nacional substituto proferiu
300 decisões monocráticas, 243 despachos e 12 votos em sessão plenária. Na
semana de 18 a 22 de março de 2019, o magistrado realizou inspeção no Tribunal
de Justiça de Alagoas, visitando as instalações do 1º e 2º grau de jurisdição,
uma vez que o ministro Humberto Martins se declarou impedido de atuar em
qualquer processo proveniente do seu estado de origem. O relatório da inspeção
já foi aprovado pelo Plenário do CNJ.
Em 7 de agosto de 2019, o ministro Aloysio da Veiga procedeu
à instalação da comissão do concurso para a outorga de Delegação de Notas e
Registro de Alagoas, no TJSP, formada por magistrados e servidores paulistas.
Fonte: CNJ