O juiz auxiliar da Corregedoria
Nacional de Justiça, Jorsenildo Dourado do Nascimento afirmou que, na segunda
quinzena de setembro, deve ser publicada normativa que inclui o notariado
brasileiro no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. O anúncio foi feito
durante palestra realizada na sexta-feira (30/08), durante o XXIV
Congresso Notarial Brasileiro, na Praia do Forte, na Bahia.
Há tempos aguardado pelos
tabeliães, o provimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) prevê que os atos
notariais e registrais suspeitos sejam informados à Unidade de Inteligência
Financeira (UIF) – a exemplo do que acontece em países como a Espanha, onde o
notariado é o segundo maior ente de fornecimento de informações financeiras
depois das instituições bancárias. “As pessoas se utilizam dos serviços
notariais e registrais para dar uma aura de legalidade a possíveis atos
ilícitos”, afirmou o juiz, um dos representantes do CNJ na Estratégia Nacional
de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (ENCCLA).
Mais do que acrescentar os
tabelionatos aos esforços de combate à corrupção e lavagem de dinheiro, a
normativa atende à recomendação feita em 2010 pelo Grupo de Ação Financeira
contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI). Neste ano,
o organismo internacional emitirá um novo relatório sobre a situação brasileira
– a não inclusão dos notários nas iniciativas anticorrupção pode implicar a
exclusão do GAFI, afetando a imagem do Brasil no exterior.
Fonte: Ascom e CNB/CF