As instituições deverão se
adequar às normas exigidas pela LGPD, que garantirão aos usuários um maior
controle sobre a utilização de suas informações pelas empresas.
A Lei Geral de Proteção de Dados, sancionada em agosto de
2018, entrará em vigor no próximo ano e regulamentará como empresas e entidades
públicas se relacionam com dados pessoais. Todas as instituições deverão se
adequar às normas exigidas pela LGPD, que garantirão aos usuários um maior controle
sobre a utilização de suas informações pelas empresas, não somente no ambiente
digital.
Além de informar aos usuários
quais dados as empresas possuem, a lei também facilitará a criação de negócios
internacionais. Sendo assim, ao solicitar qualquer informação, a organização
deverá apresentar para qual finalidade será utilizada aquela informação.
Como se adequar à LGPD?
Diante desse período de
transição, da sanção até o início de sua vigência, as organizações precisam
estar em conformidade com as regras da nova Legislação. Por isso, separamos 5
dicas que te ajudarão a se adequar às normas da LGPD.
#1 Compreenda os princípios básicos da LGPD
Antes de colocar em prática
programas de conformidade, é necessário entender quais são os princípios básicos da nova lei e como ela impactará no negócio. Inclusive, é
importante estudar como funciona o processo de captação de dados da
organização, quem tem acesso a eles e como é feito o processamento desses
dados. Com isso será possível fazer uma análise mais certeira sobre qual
estratégia adquirir para estar de acordo com a lei.
#2 Capacitação de pessoal
Um dos casos mais conhecidos por
vazamento informações é o da empresa de análise de dados Cambridge Analytica. O
escândalo ganhou notoriedade a partir de uma reportagem do The New
York Times, que divulgou o compartilhamento indevido de dados de usuários do
Facebook.
Normalmente justificado como
ataque cibernético de hackers, a exposição das informações é, na maioria das
vezes, simplesmente falha humana. Nem sempre existe a intenção de divulgar
esses dados, ao contrário de outro caso famoso, o de Edward Snowden ex-analista
da Agência de Segurança Nacional Americana (NSA), que revelou ao mundo os
programas de espionagem dos EUA.
Por isso, a melhor forma para evitar
situações como estas é a capacitação. Treinar a equipe que irá tratar os dados,
ensinando como devem ser feitos os procedimentos para garantir que tudo corra
conforme exige a lei.
#3 Data Protection Officer
Alinhado com a capacitação de
pessoal, está o desenvolvimento de um cargo que será responsável por verificar
se a empresa está de acordo com a LGPD, o data protection officer, ou diretor
de proteção de dados, em tradução livre.
Quem ocupar este cargo, além de
ser o principal responsável pela proteção de dados, também será a ligação da
empresa com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão que
fiscalizará a aplicação da lei no país.
#4 Solicitação de dados
A internet é conhecida como uma
grande terra de ninguém, apesar de já existirem leis que regulamentam esse
espaço, como o marco civil da internet. Com a LGPD, a fiscalização online
será mais sistemática.
Pensando no ambiente digital, uma
das regras é sinalizar o que será feito com aquele dado solicitado. Por
exemplo, uma empresa ao pedir o endereço de email de um cliente, deverá
anunciar como e para o que será utilizado, se serão enviados comunicados,
ofertas ou até mesmo newsletter.
#5 Criação de um programa de conformidade
O DPO deverá trabalhar em
conjunto com uma equipe multidisciplinar que contemple as áreas de TI,
administrativo, jurídico e também com pessoas que possuam habilidades para
gestão e tratamento de dados.
É importante que nesse programa
de conformidade seja feita a classificação, catalogação e processamento dos
dados, identificando se são dados físicos ou online, sensíveis e também quem
terá acesso à essas informações.
Se você ainda tem dúvidas e
deseja saber mais sobre a LGPD, temos um conteúdo exclusivo pra te ajudar a
entender de uma vez por todas a quem se aplica a LGPD. Aproveite e se inscreva em
nossa newsletter e receba o melhor do conteúdo
jurídico!
*Caroline Capra é analista de marketing Jr da Advise. Produz
conteúdos relacionados ao Direito e Tecnologia com o intuito de melhorar a
rotina dos advogados.
Fonte: Migalhas