A 14ª Semana Nacional da
Conciliação foi aberta oficialmente na segunda-feira (4/11) no Tribunal de
Justiça de Minas Gerais (TJMG) pelo conselheiro do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) Henrique Ávila. A iniciativa, realizada pelo CNJ desde 2006, mobiliza o
Poder Judiciário de todo país com o objetivo de estimular a realização de
acordos em processos em tramitação nos tribunais estaduais de Justiça, do
Trabalho e federais.
Na solenidade em Belo Horizonte,
Ávila destacou a importância da disseminação da conciliação e da mediação e
ressaltou que o Brasil possui 18 mil juízes para atender milhões de ações.
“Esse cenário é resultado de uma cultura beligerante que predomina no País, e
que precisa ser modificada”, afirmou, enfatizando a elevada produtividade dos
magistrados brasileiros. A 14ª Semana Nacional da Conciliação prossegue até
sexta-feira (8/11).
Além de incentivar a conciliação
e a mediação de controvérsias, a ação também se dedica a atender e orientar os
cidadãos sobre questões judiciais. O entendimento entre os envolvidos numa
demanda, além de evitar futuras sentenças judiciais e promover a solução
definitiva de litígios, contribui para diminuição do número de processos em
tramitação.
Na edição de 2019, o CNJ adotou o
conceito “Conciliação: Todo Dia, Perto de Você” para demonstrar que o método de
solução de conflitos está disponível todos os dias nos tribunais, mesmo fora do
período da campanha anual e, também, na fase pré-processual do conflito.
A Semana Nacional da Conciliação foi instituída
pela Resolução CNJ
125/2010.
Milhares de audiências
O TJMG prevê a realização de
cerca de 50 mil audiências de conciliação durante a campanha e, para marcar a
abertura da Semana da Conciliação no Estado, assinou um acordo de cooperação
técnica com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Seapa), para iniciar a regularização fundiária da região de Jaíba (Norte de
Minas). A ação poderá viabilizar a regularização de mais de 11 mil imóveis
rurais e urbanos, nos municípios de Jaíba e Matias Cardoso. “A missão da
Justiça é a busca incessante de construção da paz social. E isto não deve ser
feito apenas com ações impositivas, de decisões, de sentenças, de punições e
penas”, observou o presidente do TJMG, Nelson Missias de Morais.
Em Pernambuco, a abertura da
Semana, no Recife, foi marcada pelo reconhecimento de uniões estáveis
previamente cadastradas no Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução
de Disputas (Cejusc) da Capital. Na edição atual, o Tribunal de Justiça de
Pernambuco (TJPE) mobilizou instituições de ensino superior, Ministério
Público, Defensoria Pública, Procuradorias do Estado e Município, Ordem dos
Advogados e empresas das áreas de saneamento e água, energia elétrica,
telefonia, transporte, planos de saúde e bancos.
No Tocantins, as 41 comarcas do
Estado e a sede do Tribunal de Justiça (TJTO), onde ocorrem as audiências de 2º
grau, estão envolvidos na iniciativa. A expectativa é que seja superada a marca
de 5 mil atendimentos realizados na Semana da Conciliação do ano passado. Para
isso, além de magistrados, o Judiciário tocantinense terá conciliadores/mediadores,
servidores e estagiários participando do evento, que contará ainda com a
presença de advogados e defensores públicos.
No Ceará, o Núcleo Permanente de
Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do Tribunal de Justiça do Ceará
(Nupemec-TJCE) prevê a realização de 12,9 mil audiências até a próxima
sexta-feira, sendo 3.652 na Capital e 9.261 no Interior. A mobilização acontece
também em 41 Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc),
além de todas as Varas de Competência Cível e Juizados Especiais.
No Acre, mais de duas mil
audiências estão agendadas para a Semana da Conciliação. Na abertura da
campanha, o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) realizou uma solenidade no Fórum
dos Juizados Especiais Cíveis, na Cidade da Justiça, com a presença de
representantes do Judiciário local e partes dos processos que aguardavam
audiências.
Em Rondônia, o Tribunal de
Justiça (TJRO) prevê a realização de cerca de 3,9 mil audiências relativas a
questões como pensão alimentícia, divórcio, desapropriação, inventário,
partilha, guarda de menores, acidentes de trânsito, dívidas em bancos e
financeiras e problemas de condomínio, entre vários outros.
Causas trabalhistas
Já o Tribunal Regional do
Trabalho do Paraná (TRT-PR) prevê a realização de cerca de 600 audiências
durante a semana. Parte delas será realizada nos Centros de Conciliação,
(CEJUSCs) de Curitiba, Foz do Iguaçu e Paranaguá. No Estado, a campanha contará
também com a atuação do Projeto Horizontes, estrutura do TRT-PR que resgata
processos do arquivo provisório e busca uma solução negociada para os
conflitos. Estão designadas 150 audiências, muitas delas envolvendo processos
arquivados há 20 anos. No Projeto Horizontes, os processos são desarquivados
com a participação de acadêmicos de Direito. Nas últimas semanas, cerca de 200
estudantes analisaram os casos arquivados, localizaram as partes, preparando o
processo para a Semana de Conciliação.
A Justiça Federal também está
envolvida na XIV Semana Nacional da Conciliação e os interessados podem buscar
esses órgãos. Em âmbito federal, a conciliação pode ser aplicada em ações não
criminais, como causas em que a União, uma de suas autarquias ou empresas
públicas forem parte no processo, ou criminais como crimes políticos, crimes
praticados contra bens, serviços ou interesses da União, de uma de suas
autarquias ou empresas públicas.
Fonte: CNJ