A comissão de juristas responsável pela elaboração de
anteprojeto de lei sobre proteção de dados pessoais para fins de segurança
pública, defesa nacional e atividades de investigação de infrações penais
ouvirá especialistas no assunto no dia 16 de março. A informação foi dada ontem
(3) durante reunião do colegiado. A lista de convidados do debate ainda será
divulgada.
No encontro de terça-feira, os integrantes da comissão
mostraram o levantamento inicial das normas protetivas dos dados de cidadãos,
especialmente na União Europeia, e destacaram artigos acadêmicos correlatos,
com os seguintes enfoques: proteção de dados pessoais; aspectos
constitucionais; cooperação jurídica internacional; e processo penal. O
colegiado partirá de experiências adotadas em outros países para delimitar a
proteção a ser proposta para o Brasil.
Criada em novembro do ano passado pelo presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia, a comissão é presidida pelo ministro do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) Nefi Cordeiro. A vice-presidência está a cargo do
ministro Antonio Saldanha Palheiro, também do STJ; a relatoria cabe à
professora de direito civil da Universidade de Brasília (UnB) Laura Schertel.
O colegiado tem 120 dias (período prorrogável) para elaborar
o anteprojeto – o texto, após concluído, poderá ser encampado por um ou mais
deputados e passar a tramitar na Câmara. Os juristas não são remunerados pelo
trabalho.
A Lei
Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigor desde 2018,
determina que o tratamento de dados pessoais para fins de segurança pública,
defesa nacional e atividades de investigação deverá ser regulado por uma lei
específica. É essa norma que será proposta pelos juristas. A LGPD regulamenta o
tratamento de dados pessoais de clientes e usuários por parte de empresas
públicas e privadas.
Fonte: Câmara