Quando a Lei Geral de Proteção de Dados foi
sancionada em 2018 e ficou determinado que as empresas teriam até agosto de
2020 para se prepararem, a impressão era de que o tempo seria suficiente para
que elas se adequassem à nova legislação que regulamenta a utilização de dados
pessoais armazenados por instituições públicas e privadas. Porém, com a chegada
do novo ano e o prazo cada vez mais apertado, parece que ainda existe um longo
caminho a ser percorrido.
Um estudo divulgado em novembro de 2019 pela
consultoria Gartner revela que menos de 30% das empresas brasileiras sujeitas à
LGPD estarão prontas para atender a todas as exigências da nova legislação até
agosto. A pesquisa também afirma que cerca de 73% das organizações não
apontaram uma liderança voltada especificamente para cuidar da proteção de
dados. Ou seja, parece que ainda falta maturidade para as companhias em relação
ao tema - e elas precisam entender o que de fato é necessário para estar em
compliance com a nova lei.
Um dos pontos fundamentais é conhecer quais
dados estão armazenados e a importância de cada um. De acordo com a última
edição do estudo Databerg Report, da Veritas Technologies, 47% dos dados das
empresas brasileiras se enquadram na categoria "dark" - ou seja, elas
ainda desconhecem o valor deles e se realmente precisam armazená-los. Entender
os seus dados é o primeiro passo para uma organização definir quais manter e
proteger, assim como quais descartar.
Também é essencial olhar para o assunto como
um todo. Apesar do termo "lei" nos remeter ao jurídico, cerca de 50%
do que precisa ser feito está ligado a ajustes de procedimentos. A LGPD
extrapola áreas específicas e permeia toda a companhia, e além da tecnologia,
engloba mudanças culturais e de processos. A forma mais eficaz de garantir a
conformidade é a conscientização e a capacitação de todos os colaboradores da
organização.
Mais do que se adequar à Lei Geral de Proteção
de Dados, as empresas precisam enxerga-la como uma oportunidade de se
reinventar: investir em tecnologia, avaliar, proteger, conhecer e melhorar
ainda mais a utilização dos seus dados - inclusive para tomada de decisões de
negócios. Quanto mais preparada e segura a companhia estiver, melhor
posicionada ela se apresentará perante o mercado e os consumidores.
Fonte: IT Forum 365